domingo, 24 de abril de 2011

"Jogos não criam assassinos" diz estudo

Videogames: Será que estamos preocupados com as coisas erradas?  Este é o sub-título do site do livro Grand Theft Childhood: The Surprising Truth about Violent Videogames, de autoria de Lawrence Kutner e Cheryl Olson, pesquisadores do "Centro para Mídia e Saúde Mental" da Harvard Medical School e do Massgen Hospital em boston. 







Ao invés de situações simuladas em laboratório e experimentos em pequena escala, o time liderado pelo dr. kutner (psicólogo clínico treinado na mayo clinic e professor do departamento de psiquiatria da harvard medical school) resolveu tratar situações reais, acompanhando 1.200 adolescentes no ambiente das suas famílias por um período de dois anos.







O resultado? Em uma manchete, a agência Reuters diz que “jogos não criam assassinos“.Apesar de haver uma correlação nos dados levantados no estudo, mostrando que 51% dos garotos que estiveram envolvidos em pelo menos uma briga nos últimos 12 meses jogam videogames considerados violentos, contra 28% dos que não jogam, não se descobriu quem causa o quê.Pode ser que mais garotos que são “naturalmente violentos”  escolham jogar games violentos, mas não há evidência para provar tal tese ou seu oposto. 



O estudo descobriu que jogos violentos são especialmente populares entre meninas: GTA, o megahit Grand Theft Auto (cuja versão IV, discutida neste blog, vendeu US$500M na primeira semana) é o segundo jogo preferido das garotas, perdendo apenas para The Sims. E muitas meninas (e meninos) disseram aos pesquisadores que entram em jogos violentos “para relaxar“. algo parecido com uma sessão de box ou de terapia do renascimento. 



O livro não tem uma receita para resolver problemas relacionados a games, mas aconselha (como não poderia deixar de ser óbvio) bom senso.Segundo os autores, se uma criança está em jogos violentos, joga outras coisas e seu comportamento é normal, em casa, na rua e na escola, há pouco com que se preocupar.Mas se uma menina só joga games violentos e durante muitas horas por semana e se comporta de forma esquisita, alguma coisa pode estar errada.



Nada que a gente que tem filhos e netos, do lado de cá da tela, não saiba. muita gente espera que um “mundo seguro” caia do céu e que não seja preciso fazer nada para criar filhos, além de tê-los e provê-los de teto, comida e escola.Mas há uma instituição antiga, por aí, chamada família, que ainda serve pra muita coisa.Numa família caótica e talvez violenta, as melhores almas jovens podem resultar em adultos deploráveis.O que não significa que uma família equilibrada resolve todos os problemas do crescimento, mas que ajuda; ajuda, e muito, ter uma família em equilíbrio. 



Mas… você poderia perguntar: e os viciados em jogos? parece que as pessoas não se viciam em jogos por causa dos jogos, mas porque sofrem de transtornos que os levam a tal tipo de comportamento, como depressão.Em tais casos, o jogo (e o vício) pode ser uma fuga de uma realidade indesejada e tem que ser tratado como tal.


E na sociedade? Kutner e Olson estudaram os Estados Unidos (não há nenhum estudo parecido e em tal escala por aqui) e, lá, os crimes violentos cometidos por jovens caíram 44% desde 1994. que por acaso é o ano em que o Sony Playstation chegou ao mercado… será que isso quer dizer que jogos diminuem a violência? Não necessariamente, não há nenhum estudo que demonstre uma relação de causalidade. mas certamente não parecem aumentar.


Ah, sim: e quem financiou o estudo? A indústria de jogos? Não, foi o vetusto Departamento de Justiça dos Estados Unidos, interessado em entender o problema e, no processo, criar parâmetros para tratar a indústria de jogos.


Em resumo: jogos violentos não são a causa da violência infanto-juvenil.
Isso significa que você deve deixar seu garoto de seis anos de idade jogar GTA?Não.A menos que você não tenha argumentos suficientes para convencer uma criança tão jovem a jogar pebolim, fazer uma pipa, ir à praia ou ao parque, montar um roboneco com material reciclável, fazer um quebra-cabeças de 200 peças, ler uma revista infantil, ouvir ou contar uma história, preparar uma surpresa para o dia das mães, essas coisas que as crianças deveriam fazer com a participação dos pais.


Mas… se você não tem tempo pra participar da criação de seus filhos, pode deixar que GTA toma conta e o desenvolve.Tenho certeza de que é bem menos violento do que o noticiário que você já os deixa ver na TV… sem se lembrar de que nem toda mídia é boa pra saude mental. 


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